Sunday, May 10, 2009

Introspecção

Metro de Madrid

Eu sei, tenho escrito pouco. Fora este incrível e findo mês de Abril, em que tive a oportunidade de viajar para Paris e Roma num intervalo de duas semanas entre cada destino, a verdade é que a minha vida entrou numa rotina erásmicas que não vale a pena repetir aqui diariamente. E digo isto da maneira mais positivamente possível.

Saber que vou encontrar a Karolina (checa) para o almoço e compartilhar histórias sobre as nossas vidas estranhamente similares, ter aulas de Política Exterior da União Europeia ladeada por um mexicano e um coreano a olharem para mim com um ar desesperado de quem não entende a décima parte do polvo burocrático que é a EU, discussões socialistas-liberais com a María (espanhola), ocasionais cafés com leite com a Magda (portuguesa) e montaditos com o Carl (inglês) até este decidir só comer salada porque vai de férias com o namorado.

A minha vida está confortável, está boa, está diferente. E eu não estou habituada a sentir-me assim, feliz. Apesar da quantidade de trabalho da Universidade local e da que ficou além-Badajoz não me deixarem ter uma vida mais tranquila como a maioria dos Erasmus têm, isso no balanço final não me importa muito. Sinto-me a fazer algo útil com o meu tempo aqui. Mas como eu não sou de aproveitar bons momentos sem lhes por um bocadinho de limão, também sinto laivos de desespero a romper pela felicidade (frase bonita, hein?).

Sinto este ano a passar demasiado depressa, sinto-me numa passadeira rolante que segue em frente demasiado rápido sem nunca parar nem olhar para trás. O amanhã virá tão rápido como o ontem já se foi. E o que faço a seguir? Para onde vou a seguir? A vontade de fazer muita coisa é mais que muita, mas o quê? O medo é não conseguir fazer nada, é não ir a lado nenhum, é plantar-me no mesmo chão de sempre e ver o sol a nascer do mesmo lado todos os dias.

Não tenho certeza do passo a dar, só tenho certeza dos passos que não quero dar e, no final, julgo que isso me chega. Talvez evitando as estradas que não queremos explorar, demos por nós a percorrer aquelas que nos levem ao destino que queremos encontrar.

E parece-me que fiquei sem post para o final de Junho! Raios partam que terei de escrever algo (ainda) mais lamechas quando chegar a altura.

3 comments:

Unknown said...

Quase que me deixas a chorar mulher...
Aproveita ao máximo, porque está quase a terminar...
Un besito!

Unknown said...

Estavas inspiradíssima!

Madison Stark said...

taaaao fofa! :D

muchisimas gracias guapisima!!
(o teu iman de roma tá aqui guardadinho!!)