Tuesday, May 26, 2009

Fado with a twist

Na vida há que ter prioridades e entre estudar para um exame que se tem no dia a seguir ou a ir um concerto de uma banda portuguesa que eu adoro em Madrid, na sala de concertos mais cools da cidade, Sala Galileo Galilei, restam poucas dúvidas ao que o coração vos manda fazer!



Estava eu, às 10h50 da manhã no autocarro que me leva à faculdade, cheia de sono, cansada, com fome, sem vontade de ter aulas nem estudar para o exame do dia seguinte quando recebo uma chamada telefónica a perguntar se essa noite (ontem) queria ir ver Deolinda a la borlix com os cumprimentos e a generosidade da Embaixada de Portugal em Madrid.

Ora, eu já andava a chorar que queria ir ver este concerto à pelo menos uma semana (vá, três dias desde que vi o cartaz a anunciar o dito colado numa caixa de electricidade perdida pela cidade) mas 16€ de entrada mais as horas perdidas de estudo equacionavam a balança para a já referida voz da consciência. Não obstante, e segundo as leis da matemática emocional, se à balança substituirmos o valor do bilhete por zero, somarmos este à vontade, também zero, de estudar e multiplicarmos tudo pela vontade imensa de ver os Deolinda ao vivo, então as palpitações do coração abafam os gritos de responsabilidade do subconsciente.


E palpitou muito bem porque o concerto foi dos melhores que já vi na vida! Começando pelo facto de ter ficado posicionada no melhor lugar da sala, sentadinha na mesa mesmo em frente ao palco, passando pela qualidade da música, a presença em palco da banda e tendo como cereja em cima do bolo a simpatia dos membros a dar autógrafos e a tirar fotos com o pessoal, valeu MUITO, mas mesmo muito, a pena ter ido.


E não é que a simpatia concentrada numa embalagem pequenina de conteúdo enorme que é a senhora Ana Bacalhau, vocalista do grupo, ao saber que eu estava a faltar aos meus compromissos estudantis para ouvir a sua voz, agarra-me no braço quando eu já me estava a ir embora – babadinha com o meu poster assinado pelos quatro – para me desejar boa sorte – “Ó Sofia! Boa sorte para o exame de amanhã!”. Se chumbar ao menos chumbo feliz!! Ah! E ainda fiz questão de os elucidar sobre o meu acto patriótico de assinar o abaixo-assinado que correu pela Internet para tornar o Movimento Perpétuo Associativo o novo hino nacional!

Portugal, de uma certa distância, até nem faz mal aos ossos!

4 comments:

Cátia said...

a vontade q eu n tenho pra ver estes senhores. se tocaram a "nao sei falar de amor" levas um tiro!
so n fico com mais inveja pq em helsinquia vou ver massive attack. pimbas! =P

Sofia Alves said...

ó cara amiga... cantaram TUDO!!! essa foi logo das primeiras! tiveram que voltar ao palco 3 vezes que o publico não se calava que queria mais!

o concerto foi LINDO, LINDO, LINDO!! e eles são tãaaao fofos!!!

Unknown said...

Pfu!... Vejam lá, que é preciso ir para Madrid para ver os Deolinda!

Onde é que isso já se viu?!

Muito bem, sim senhora!

"Olha a banda filarmónica a tocar na minha rua (...) Que a tuba fon fon
fon fon tem tão pouco romantismo....."

Bjoca**=))

Unknown said...

Olha a banda filarmónica,
a tocar na minha rua.
Vai na banda o meu amor
a soprar a sua tuba.
Ele já tocou trombone,
clarinete e ferrinhos,
só lhe falta o meu nome
suspirado aos meus ouvidos.

Toda a gente - fon-fon-fon-fon -
só desdizem o que eu digo:
"...Que a tuba - fon-fon-fon-fon -
tem tão pouco romantismo..."
Mas ele toca - fon-fon-fon-fon -
e o meu coração rendido
só responde - fon-fon-fon-fon -
com ternura e carinho.

Os meus pais já me disseram:
Â“Ó Filha, não sejas louca!
Que as Variações de Goldberg
p'lo Glenn Gould é que são boas!”
Mas a música erudita
não faz grande efeito em mim:
do CCB, gosto da vista;
da Gulbenkian, o jardim.

Toda a gente -fon-fon-fon-fon.
só desdizem o que eu digo:
"... Que a tuba -fon-fon-fon-fon-
tem tão pouco romantismo...”
Mas ele toca - fon-fon-fon -
e cá dentro soam sinos!
No meu peito -fon-fon-fon-fon-
a tuba é que me dá ritmo.

Gozam as minhas amigas
com o meu gosto musical
que a cena é “electroacústica”
e a moda a “experimental”...
E nem me falem do rock,
dos samplers e discotecas,
não entendo o hip-hop,
e o que é top é uma seca!

Toda a gente -fon-fon-fon-fon-
só desdizem o que eu digo:
“... Que a tuba -fon-fon-fon-fon-
tem tão pouco romantismo..."
Mas ele toca -fon-fon-fon-fon-
e, às vezes, não me domino.
Mando todos -fon-fon-fon-fon-
que ele vai é ficar comigo!

Mas ele só toca a tuba
e quando a tuba não toca,
dizem que ele continua;
que em vez de beijar, ele sopra...

Toda a gente - fon-fon-fon.fon -
só desdizem o que eu digo:
“... Que a tuba - fon-fon-fon-fon -
tem tão pouco romantismo...”
Mas ele toca -fon-fon-fon-fon-
e é a fanfarra que eu sigo.
Se o amor é fon fon fon fon
que se lixe o romantismo!