Sunday, December 21, 2008

An American Weekend in Lisbon

Existem experiencias que parecem surreais quando, no dia anterior não nos passa, sequer, pela mente, fazer algo, remotamente, parecido ao que afinal nos aguarda o dia seguinte. Ao acordar de manhã, pegar na mala e ir para o aeroporto apanhar o voo natalício Madrid-Lisboa de regresso a casa, estava longe, bem longe, de imaginar que a minha vida Erasmus se iria extender até Lisboa, e no seu expoente máximo!
Ao esperar pelo dito voo, conheci três americanos e com eles passei os dois dias seguintes. Nick e Brian (Portland, Oregan) a estudar em Salzburg, Áustria e com o objectivo de conhecer pelo menos 20 países europeus antes de voltarem aos Estados Unidos e Dakota (Anchorage, Alaska) a estudar em Roma, Itália e que já previamente tinha feito o 12º ano em Portugal.

E assim, dando continuidade a este contacto recém formado, eis que no dia seguinte à aterragem na terra mãe, dou por mim fazer de turista na minha própria cidade passeando com americanos pelo Chiado, Bairro Alto, Rua Augusta, Praça do Comércio, Belém (com os inevitáveis pastéis locais que, escusado, será dizer, ficaram rendidos – aliás, tanto tempo fora de Portugal e até eu estava a comer aquilo com o mesmo contentamento dos turistas presentes). Ah, e tudo isto já com mais um americano adicionado ao pacote, Will (Seattle, Washington).

Como o dia foi bem catita, decidimos extender o passeio turístico, passando o dia seguinte em Sintra e Cascais (foi óptimo redescobrir a Quinta da Regaleira e as queijadas de Sintra na companhia de sotaques americanos).

Sem dúvida alguma (e estou a tentar encontrar as palavras menos lamechas possivéis) foram três dias que não vou esquecer. Ficaram as fotos e promessas de rendezvous por esse mundo fora.

(Eu a conhecer americanos no aeroporto e ir passear com eles nos dia seguintes… há por aí alguém a ler isto que já imagine o êxtase da coisa para mim?!)

I won’t forget you, guys!

Monday, December 15, 2008

Almoço de Natal Consular


Eu prometi a mim mesma que limitaria ao máximo qualquer referência ao estágio. Isto porque me conheço bastante bem e sei que sendo desbocada (desteclada?) não consigo controlar esta sinceridade avassaladora que me domina espírito e voz e que me impede, tanto de dominar as artes protocolares deste mundo, como ajuda a manter o meu circulo de amigos algo muito selecto e restritivo – constituído por aquelas (poucas) pessoas que numa lógica de “uma pessoa ou te adora ou te odeia” decidiram adorar-me (cof cof e cof).

Contudo, sendo já o segundo post seguido sobre o tema, passo, desde já, a desculpar a escritura consecutiva sobre a minha exploração laboral gratuita com o facto de ser Natal, haver música catita e ser a comemoração do aniversário dessa criança-símbolo da conspiração demoníaca mundial que é a Igreja Católica – o menino Jesus. Natal para mim é o da Coca-Cola e ai de quem me venha com a versão religiosa que estragam-me já a época! E é embebida deste espírito natalício que prometo só voltar a tocar no assunto do estágio quando fizer o post sentimental da despedida.

Disto isto e esperando que nenhum poder superior descubra o meu humilde blog (porque eu sei que sou linguaruda e gosto de dizer que tenho um blog…) vou reflectir um pouco sobre o episódio de hoje. Então, hoje, foi o almoço do Consulado no restaurante "As Fontaiñas" do português, já com bastante sotaque espanhol, o sr. Telmo dos Santos, que alberga uma decoração eclética com quadros de Lisboa misturados com quadros de toureiros espanhóis. Um must! A comida estava óptima e, tirando a conta para pagar (não tão óptima) que fez alguma mossa na minha, sempre pobre, conta bancária, o dito almoço foi pretty cool. Tanto parágrafo para dizer apenas que tive bastante sorte com os colegas que me calharam na rifa.

Muito provavelmente nenhum deles vai ler isto mas vou eu, daqui a muitos anos (quando me bater o saudosismo deste primeiro e único emprego – e nem sequer isso é!– decente que tive antes de ir parar à fila do Centro de Emprego de Sacavém) e relembrarei como a Isilda, a Catalina, os demais e, especialmente, o Raul foram um apoio incrível, que me fizeram, não apenas, sentir em casa mas, principalmente, sentir saudades da parte mais entediante (se isto chegar a instâncias superiores, é favor ler “entusiasmante”) do estágio como fazer paradeiros e responder a e-mails de pessoas que só mereciam um “olhe, www.google.com e não chateie mais”.

E para quem, dos meus já apenas dois leitores e um terço, está a pensar "o que raio este texto tem a ver com a foto" eu tenho apenas a dizer... a CATALINA É GRANDE!!! Não é que esta senhora foi a Nova Iorque e trouxe-me o que eu pedi?? A t-shirt com o famoso símbolo que se vê na foto! She made my day! Damn, she made my whole month!!

Friday, December 12, 2008

Lanche de Natal Diplomático

Me, shockling enough, in a dress. But cute as always!

Porque isto de trabalhar numa Embaixada tem regalias mais profundas do que a mera aquisição de bilhetes gratuitos para o concerto do David Fonseca em Madrid. Oferece, a um estagiário explorado a custo zero, a inestimável possibilidade de entrar nos mais restritos circuitos sociais da diplomacia nacional além-mar (ou além Badajoz). Isto é, receber um convite formal (pelo circuito interno de e-mails da DGACCP) para estar presente no Lanche de Natal que suas excelências, os Embaixadores, gentilmente oferecem aos funcionários diplomáticos e às respectivas famílias na sua modéstia residência oficial, o Palácio que alberga a Embaixada, numa sexta-feira ao fim da tarde.

Fora o profundo sarcasmo impresso no parágrafo findo, a verdade é que fiquei bastante, digamos, abananada, com o convite. O que é que eu, estudante universitária, cliente do McDonalds, compradora de roupa nas afiliadas do mundo Zara e utilizadora de ténis deste que os meus pés assimilaram a função motora já lá vão 20 anos, sei sobre estar presente num Lanche de Natal oferecido pelos Embaixadores com a presença de todo o corpo diplomático presente em Madrid? A resposta, in case you're wondering, é nada.

Chega o dia e eis que embebida no meu mais puro masoquismo – esta experiencia só podia correr mal – e inundada pelo reconfortante pensamento que poucas pessoas nesta vida terão a oportunidade de sofrer uma humilhação pública de cariz diplomático como eu poderia vir a ter, peguei em mim e lá fui. Ah! E de metro, está claro, que a minha humildade não me permite a utilização de motoristas e limusinas com bandeirinhas portuguesas para efectuar uma grand entrance (demasiados filmes americanos não?).

E comprovado está, o que pode correr mal, corre. Não apenas me senti totalmente como peixe fora de água (imaginem aqueles peixes que saltam do aquário e ficam a dar saltos de desespero até morrerem sufocados) como cometi uma gaffe gravissímarecusei o prato que a Embaixatriz me deu para me ir servir dos canapés. Pois é caros amigos, isto a vocês não vos diz nada e, obviamente, a mim também não dizia, mas parece que uma falha destas pode acabar com a carreira diplomática de uma pessoas mesmo antes de começar (situação, estranhamente, parecida com a minha).

Deste modo, tendo posto em prática e, consequentemente, comprovado a minha teoria de que não tenho qualquer tipo de social skills ou vocação para protocolos e rituais da alta sociedade (sou muito mais fã da filosofia americana “cut the crap” do que das pomposidades europeias herdadas das cortes francesas), lambo as feridas da batalha pensado que, pelo menos havia Coca-Cola e, para alegria e comoção da minha querida mãe, tive a oportunidade de me vestir como uma senhora no meu melhor chic executive style.

Saturday, December 6, 2008

Hard Rock Café Madrid

Há falta de uma ida ao Hard Rock Café de Lisboa, fui experimentar o madrileño.

Quem me conhece sabe que coisas americanas me encantan muchísimo! Por tal, ir a um restaurante, estar rodeada de símbolos americanos, comer hambúrgueres bem grandes e beber Coca-Cola sem limites é uma experiencia que me enche as medidas (figurativa e literalmente). I love it and I’m not afraid to say it!

E poucas coisas na vida me fazem tão, ou mais, feliz do que a possibilidade de beber Coca-Cola em regime de refill ilimitado. It feels so liberating!! E assim foi. Bebi, bebi, bebi. Bebi até o meu nariz e orelhas lançarem a ameaça de se tornarem um repuxo de líquido caramelizado e gaseificado.

Como nota final há que dizer que a comida cai sempre melhor quando a companhia é boa e assim foi – um jantar muito bem comido e desfrutado. Dito isto, Sara “tu é que és feia”.

Thursday, December 4, 2008

Say after me... Fascismo! Fascismo! Fascismo!

Ó coisa mai linda! A minha Faculdade de acolhimento nos jornais, na tv e, principalmente, no youtube! É o orgulho de qualquer Erasmus minha gente!



Contextualizando a cena exposta do vídeo, o senhor a quem se grita incessantemente “fascista! fascista! fascista!”, Josep Pique, foi Ministro de Asuntos Exteriores de Aznar, cuja conferência na qual participou ontem na Facultad de Ciencias Políticas y Sociologia de la Universidad Complutense de Madrid, teve o mau timing de coincidir com as recentes notícias de que o Governo de Aznar tinha conhecimento dos voos norte-americanos com destino a Guantánamo.

Como se pode observar pelas imagens, estes jovens resumem toda a sua argumentação política e ideológica à palavra “fascista!”. Já nem refiro a imensa falta de respeito e total perda de legitimidade que é, para qualquer ponto de vista, não deixar o “adversário” falar mas, pior e o que me irrita profundamente, estes meninos passam o dia inteiro sem fazer nada à porta do bar a fumar ganzas, graffitar paredes com slogans e desenhos “anti-fascistas” (outra vez, não conhecem outra palavra) e a vender gomas e depois pensam que detêm grandes convicções políticas quando falam em monossílabo em frente a uma câmara de televisão.

Ademais, protestarem concreta e sustentadamente por coisas que afectam directamente os alunos como, por exemplo, o facto de terem posto a paragem de autocarros no cú de judas ou a faculdade não ter o mínimo aquecimento estando, literalmente, mais frio dentro das instalações do que na rua, já não é com eles. Têm demasiado pedigree para desperdiçarem tempo com ninharias destas.

Talvez devêssemos amarrar um preso de Guantánamo à paragem para que a causa se torne digna o suficiente para as convicções dos senhores.

P.S. O senhor Enrique Curiel, organizador do evento que também se encontra nas imagens é meu professor de Cultura y Participación Política en España. E assim bem se vê que cultura e participação é essa.