Sunday, August 31, 2008

Lock and Loaded

Estado de Espírito: muuuitas borboletas a voarem cá dentro.

Não deixa de ser uma sensação estranha ver a nossa vida dobrada e arrumada em duas malas (com a ajuda da mãezinha) e ainda ter de torcer para que não tenha uma vida demasiado pesada para os limites da carga de porão. Ao mesmo tempo, é difícil conter o entusiasmo por algo tão esperado e desejado que, está aqui e agora, simbolicamente empacotado à minha frente e à espera de novas paragens.

Apesar de alguns sonhos e objectivos serem inabaláveis, chegado o dia de tais motivações alcançarem o seu destino, existem sempre laços que, embora não se cortem, custam a deixar adormecer um pouco. É quando se parte que apetece dobrar, bem dobradinhos aqueles amigos e coloca-los ao lado da nossa própria vida, para tirar quando as saudades apertarem. A vocês digo-vos que a culpa não é minha. Culpem a EasyJet pelo limite de 20kg.

Agradeço-vos, ainda, os telefonemas, mensagens de telemovél e mensagens do MSN a desejar boa sorte, a incentivar, a acalmar os medos e também a pedir casa onde ficar e cachecóis do Real Madrid.

Refiro apenas como nota final que, reza a lenda, terei um espanhol chamado Señor Pato a aguardar a minha chegada em Barajas com uma camisola do Boavista. Poderia a minha nova vida começar de melhor forma?

Hasta La Movida!

Monday, August 25, 2008

A Despedida

A, exactamente, uma semana da partida, rendendo-me ao cliché maior dos viajantes do século XXI – aqui estou eu a elaborar um blog que pretende relatar as minhas peripécias e encontros de primeiro grau com paellas e filmes doblados nos próximos (espero eu!) 9 a 10 meses, graças ao mítico programa Erasmus.

Atendendo ao dislike tradicional lusitano em relação ao povo espanhol, a reacção à minha ida para Madrid tem, quase que, por unanimidade, ecoado entre dois sentimentos paralelos. Um misto de incredulidade por tão má escolha – “Para Espanha?! Não preferias um sítio melhor?!” – e desilusão/descrédito pela minha integridade intelectual – “Ó Fifas… Espanha…? Aquilo é só espanhóis… Não arranjavas coisinha melhor…?”. Às tantas tive que me começar a mentalizar que vou para Madrid e não apenas para Badajoz.

Não vou justificar a escolha (até porque ninguém quer realmente saber!). Afirmo apenas que parto para a capital espanhola com duas promessas feitas às mais contestatárias vozes da minha partida – jamais ficarei adepta de dobragens e regressarei com Olivença reconquistada! (Ou com a Madeira vendida aos espanhóis).


So long and farewell, my friends.

See you in another life. (ou num voo da EasyJet por volta do Natal)