Tuesday, September 30, 2008

La Vita é Bella

Um pequeno post para vocês, fiéis leitores, tomarem nota, nos vossos guias turísticos de Madrid, deste pequeno mas delicioso restaurante de take-way chamado La Vita é Bella. Tal como o toldo indica, é, literalmente, comida italiana para levar, devido ao facto de ser bastante pequenino e de não existirem mesas nem cadeiras. E digo-vos, não são precisas! Chegam, pedem a vossa fatia de pizza (ou o que queiram) e vão-se sentar nos banquinhos da praça que fica mesmo em frente.

Aqueles que conhecem a cidade podem argumentar que há sítios melhores (duvido!), mas para um Erasmus, descobrir este sítio, totalmente por acaso e ficar cliente assíduo, é do melhor que pode haver!

Este mimo da culinária italiana fica entre Chueca e Tribunal, que são o equivalente aos lisboetas Bairro Alto e Santos (comparação livre porque as diferenças são muitas), e que de dia são excelentes lugares para fazer compras pois têm lojas muito cools.

Sunday, September 28, 2008

Orange County

Cá está ela! A minha singela e longínqua Faculdad de Ciencias Políticas y Sociología da UCM que irei frequentar, assiduamente, a partir da próxima semana.

E, qual não foi o meu ar de felicidade, quando leio o seguinte aviso “Reunião, dia 2 de Outubro, para Alunos Erasmus e Alunos da Universidade da Califórnia.”

Universidade da CALIFÓRNIA?!

California here we come,
Right back where we started from,

Californiaaaaa!
Here I cooooome!


Ah… wishful thinking…

Friday, September 26, 2008

Comunidade Lusa e Membros Honorários

Ayer por la noche, que é como quem diz, ontem à noite, reuniu-se uma pequena parcela da comunidade lusa de índole erásmica estabelecida em Madrid e, apelando às maravilhas da democracia, pusemos, por maioria de votos, os italianos a cozinhar para nosostros. E ainda bem que o fizemos porque aquela carbonara… dio mio, madonna p…!

Aqui estão representados os tugas, com um checo ali no canto inferior direito que já foi ensinado a dizer ‘pois…’ quando não percebe nada do que estamos a dizer.

Neste momento de cumplicidade alcoólica, temos o casal anfitrião – Nídia e Mingux (feel free to call him this), também portugueses. Estes dois são a coisa maaaai fofa e têm uma casa bem catita ali para os lados do cú de judas do metro de Madrid.

De seguida temos o companheiro de piso do casal, Antonio, que odeia Espanha e recusa-se a falar espanhol, apesar de cá viver, e odeia a Igreja Católica apesar de ser italiano e bastante parecido com Jesus Cristo. Como eu ainda não me lembrei de escrever uma carta ao Papa a pedir para ser desbatizada e excumungada como este senhor já fez?!

Nota Final: Parece que afinal não tenho apenas três leitores e meio - são cerca de cinco e dois quartos, algo que me deixa babadinha e muito feliz. Ah, e àqueles que me pedem para não colocar fotos deles aqui, lamento, não vai resultar, serão famosos em Portugal.

Wednesday, September 24, 2008

And Now For Something Completely Different

Eu sei, eu sei, isto não tem absolutamente nada a ver com Madrid nem com Erasmus mas aqueles que me conhecem sabem que eu levo as minhas obsessões para qualquer lugar do mundo e esta é bem capaz de ser a minha maior obsessão neste pequenino universo – Firefly.

E como uma fan babada e orgulhosa da sua série de televisão favorita e coleccionadora de quase tudo o que é merchandising da dita, aqui fica mais um motivo de orgulho para qualquer Browncoat. Enjoy!!

Serenity makes Empire's Top 500 movies of all time.

Serenity (2005)
Director: Joss Whedon
Out of the ashes of Firefly came Serenity, a great space-cowboy romp. Its appearance on the list speaks volumes about the loyalty of those Browncoats.

Monday, September 22, 2008

Erasmus e Presunto

Isto de não de gostar de presunto numa cidade obcecada pelo dito cujo é complicado… Como já referi num post passado, existem destes museus, dedicados à bela perna do porco, por toda a cidade.

Aqui fica uma foto e as nacionalidades (omito nomes porque uns são impronunciáveis) dos respectivos intervenientes deste tão belo e singelo grupo Erasmus, perdido no meio de um mar de presunto espanhol.

Atrás: português e portuguesa. Da esquerda para a direita: finlandês, italiana*, portuguesa (eu!), italiano, eslovaco, checo. Frente: portuguesa.

Ainda em relação a nacionalidades, começo a ter problemas de identidade. Por três vezes que começaram a falar comigo em alemão e uma quarta vez, depois de meia hora de conversa com uma alemã em inglês, eis que me pergunta ‘e tu, de que cidade alemã és?’.

Pronto, ok, confesso, eu até gosto da confusão. E ainda bem que a única coisa que decorei de um ano de aulas de alemão foi “ich kann nicht deutsch sprechen”.


*Clia, come ti dicevo ho messo una tua nuova foto nel mio blog!!

Saturday, September 20, 2008

Road Trip: IKEA

Quando se combina algo com um fellow erasmus student, é certo que, qualquer que seja a actividade em questão, o número de pessoas multiplicar-se-á, exponencialmente, devido aos amigos dos amigos que também vão.

Eu conhecia a italiana do meu curso de espanhol que por sua vez levou dois amigos, um compatriota italiano e uma alemã que conheceu no Hostel onde estava. Por sua vez, a alemã levou um outro alemão, e o compatriota italiano levou o room mate inglês que por sua vez levou outro amigo inglês. Confusos? É assim sempre que se marca algo… Lá vem a caravana com novos passageiros. E só vos digo… é a coisa maaaai linda!

Hoje fui fazer umas das primeiras excursões obrigatórias de qualquer Erasmus recém-estabelecido em qualquer lugar – ir ao IKEA! Das sete pessoas que me viram a comprar cabides e um cesto para roupa suja da secção infantil, eu apenas conhecia três mas, é lógico, que isso não impede que se forjem novas amizades entre recém adquiridos artigos para o lar, almofadas, cobertores, cadeiras, espelhos, ou mesmo entre a pausa para comer almôndegas suecas.

O facto de coisas tão banais como ir ao IKEA se tornarem em experiências culturais, permite ganhar energia para as dificuldades que, é claro, também surgem, e fazem sentir satisfação de vir, ver e sentir tudo isto.

Perritos y Jámon

Um pouco de actualização aos incessantes pedidos – cof, cof – de novas aventuras por parte dos meus três leitores e meio. Parece que de facto isto de fazer Erasmus entranha-se na pele de quem o faz!

Esta noite acabou comigo a dormir na casa de uma italiana depois de uma bela noite – é sempre um bom indício de noite quando se começa por ir beber cañas ao Museo del Jámon – passada com italianos, alemães, checos, portugueses, eslovacos e provavelmente mais alguma nacionalidade que agora me escapa.

Fotos desta cambada de gente já existem, assim como não estão esquecidas as prometidas fotos da Noche en Blanco. É tudo uma questão de logística pois as fotos estão distribuídas por quase tantas máquinas, quantas as nacionalidades acima descritas.

Entretanto deixo-vos com mais uns mimos da língua e da gastronomia espanhola!

Thursday, September 18, 2008

Starbucks in Madrid

Porque beber algo do Starbucks é mais do que provar dezenas de bebidas com café - é um dos statements maiores da sociedade ocidental.


"Son dos Frappuccinos a la crema de fresa y vanilla."

Antes

Depois

God bless the sweet taste of capitalism and globalization.

Tuesday, September 16, 2008

Larger Than Life


"Não vou procurar quem espero
Se o que eu quero é navegar
Pelo tamanho das ondas
Conto não voltar

Parto rumo à Primavera
Que em meu fundo se escondeu
Esqueço tudo do que eu sou capaz
Hoje o mar sou eu

Esperam-me ondas que persistem
Nunca param de bater
Esperam-me homens que resistem
Antes de morrer

Por querer mais do que a vida
Sou a sombra do que eu sou
E ao fim não toquei nem nada
Do que em mim tocou

Eu vi, mas não agarrei
Eu vi, mas não agarrei

Parto rumo à maravilha
Rumo à dor que houver p'ra vir
Se eu encontrar uma ilha
Paro p'ra sentir

E dar sentido à viagem
A sentir que eu sou capaz
Se o meu peito diz "Coragem!"
Volto a partir em paz"

Ornatos Violeta
Capitão Romance

Monday, September 15, 2008

Parque del Buen Retiro

Acordar de manhã, tomar o desayuno, sair de casa num dia de sol, descer até ao metro e seguir até ao Sol. Passear no centro, ir à Fnac e comprar livros em inglês e espanhol. Escolher algo para almoçar no El Corte Inglês e seguir de novo para o metro até ao Parque do Retiro.

Uma portuguesa em Madrid a ler um livro, em inglês, sobre Espanha, debaixo de uma árvore num parque bem catita. Arrumar tudo e ir para o curso de Espanhol onde encontro umas dúzias de estudantes Erasmus.

Ainda bem que há dias assim.

Sunday, September 14, 2008

La Noche En Blanco

Madrid by Night

Ontem foi Noche en Blanco aqui em Madrid. Uma iniciativa já levada a cabo em várias cidades da Europa que consiste, muito sucintamente, no decorrer de diversas actividades culturais , simultaneamente, por diversas pontos da cidade – museus abertos, exposições, espectáculos de rua, you name it. É claro que na teoria é óptimo mas na prática é impossível de entrar em qualquer museu, exposição ou ver qualquer espectáculo de rua porque as calles estão inundadas de milhares de pessoas. O metro, que fica aberto até as 3h da manhã, estava pior a essa hora da madrugada do que em hora de ponta.

De qualquer maneira, eu gostei bastante. Não apenas porque poder andar livremente na Gran Via é uma experiência única, como se vive a cidade de uma maneira diferente. Eu fui com pessoal do curso de espanhol – 4 tugas, 1 alemão, 1 coreano, 1 italiana e depois o total deste número multiplicado pelos amigos dos amigos de outras nacionalidades que também foram. Foi de facto uma grande experiência.

Fotos do evento serão colocadas nos próximos dias!

Saturday, September 13, 2008

Encontros do 1º Grau

Palácio Real ao fundo.

Esta semana que passou teve início o Curso de Espanhol, gentilmente oferecido aos alunos Eramus pela UCM. As primeiras impressões foram boa, especialmente pelo enorme gosto de conhecer o Alejandro – um sul-coreano que se auto-baptizou com tão singelo e ocidental nome. Quando lhe perguntei o porquê desse nome – é deveras estranho chamar um rapaz tão obviamente asiático por um nome tão obviamente latino – disse-me que era fan de Alejandro Sanz e que assim as pessoas não teriam dificuldade em dizer o seu nome, como seria o caso se utilizasse o seu nome de origem. É uma grande personagem, sem dúvida.

Outras personagens já encontradas são os tugas. Apesar de apenas se terem conhecido aqui, já está tudo amigo com trocas de números de telemóvel espanhóis recém-comprados e combinações de cafés (de preferência numa loja Delta, porque o café português é outra loiça!).

Povo que parece que se mudou em peso para Madrid são os alemães. Muuuuitos, muitos, muitos Erasmus alemães. Eles gostam bastante disto mas faz-lhes um pouco de confusão a falta de organização latina em comparação com os métodos ultra planeados alemães. Ainda ontem dizia-me uma alemã (sem crítica, apenas incrédula) que tinha ido à Oficina de Erasmus da sua faculdade e que a mandaram embora porque não tinham tempo para a atender. Eu reconfortei-a tentando explicar o latin way of life.

Nota Final: Quem quiser asilo político em Madrid apenas tem que pedir e preencher o formulário. Aviso que têm de dormir no sofá mas se a francesa aqui da casa pode cá meter meia França quase todos os dias a dormir (só hoje foram dois), eu também posso albergar todo o Portugal que me apetecer.

Thursday, September 11, 2008

The Eagle Has Landed

Publicade ao Algarve, espalhada por algumas estações de metro de Madrid.

Depois do post da excitação inicial e do post da amargura sentimental, eis que brindo os meus três leitores e meio com o primeiro post da “rotina” que se segue e das peripécias dos primeiros tempos.

Como fazer Erasmus não seria Erasmus na sua essência verdadeira sem momentos de pânico, tive o meu logo no segundo dia que aqui cheguei. A casa inicialmente atribuída pela Universidade Complutense de Madrid não seria voluntariamente habitada pelos moradores dos mais distintos bairros sociais portugueses – tudo partido, podre, queimado, estragado e avisos oficiais, da universidade, afixados das paredes a pedir que se parem com as festas porque os vizinhos não param de reclamar (!). A este sinal do apocalipse não pude deixar de entrar em pânico - primeiro com o pensamento de morar ali um ano inteiro e depois com o pensamento de ficar a morar na rua se não ficasse ali. Como parece que o senhor responsável pelo alojamento engraçou comigo, prontamente me trocou de casa depois de um choradinho meu.

Agora vivo com 3 chicas:
Benedetta – Verona, Itália
Pauline – Paris, França
Sophie – Londres, Inglaterra

A conversação diária torna-se um pouco difícil porque a italiana e a francesa não dizem uma palavra de inglês e a inglesa recusa-se a falar inglês, adoptando o espanhol como língua materna (e quando não sabe o espanhol sai-lhe um “FUCK!”). A mim resta-me mesmo tentar gesticular algo em portunhol para que alguma ponte comunicativa seja estabelecida!

Faço uma pausa na escritura deste post para ir preparar um arroz de atum, confecção culinária que convictamente jurei, aqui em casa, ser um dos pratos mais tradicionais da maravilhosa comida portuguesa.

Wednesday, September 10, 2008

Houston, We Have a Problem

Jardins de Sabatini, ao lado do Palácio Real

É difícil começar a escrever por algum princípio específico quando tudo são princípios, quando há um turbilhão de mudanças, sentimentos, e tudo o mais a gritar cá dentro. Apesar de toda a vontade que acumulo há anos para fazer isto, a verdade é que me faltou avaliar correctamente aquela que, agora, encaro como, provavelmente, a variável mais importante da equação – os sentimentos. Apesar de o negar muitas vezes, levei na última semana e, principalmente agora que estou verdadeiramente sozinha, uma chapada na cara da minha tão disfarçada Humanidade.

Não avaliei a dificuldade de abdicar daquilo que tinha e que julgava poder por em stand-by sem grandes problemas. Não julguei que fosse sentir tão fortemente a perda de algo. E é nestes momentos que os medos e angústias até então escondidos começam a ecoar mais alto do que a vontade e a determinação que me guiam. Serei capaz? E se perdermos o que ficou por algo que não valeu a pena?

Todos os Erasmus com quem falei disseram-me, invariavelmente, o mesmo “Se aguentas as duas primeiras semanas, aguentas o resto.”. Agarro-me, agora, a estas palavras como profecias dogmáticas. E para quem se pergunta em que dia destas duas semanas estou (ou se já o passei), respondo que escrevo estas palavras no primeiro dia (08/09/08) em que me encontro verdadeiramente sozinha em Madrid, on my own.

A ti agradeço a semana (os anos?) de apoio e tudo o mais. You twist to fit the mold that I am in (well, at least sometimes).

E a vocês agradeço estarem aí, dizerem-me que eu tenho braços abertos para onde voltar (I’m blinking an eye at you bongo sister).

Un beso a todos!

Elvis Has Left The Building

Data: 01/09/08 a 08/09/08

Finalmente um pouco de actualização no blog, depois de uma primeira semana um pouco louca, agradecimento da Internet do vizinho do lado e utilizada a partir do quarto de uma co-habitante deste tão singelo apartamento fornecido pela generosa Universidade Complutense de Madrid e que alberga quatro nacionalidades diferentes.

Ficam, então, alguns momentos da partida e da dita primeira semana (aquela que ainda me dá vontade de verter umas lágrimas sempre que penso nela). Por tal, não alongo o discurso e deixo as fotos falarem por si.