Tuesday, June 23, 2009

Es lebe Berlin!

Visitar Berlim na condição de estudante de Relações Internacionais não é o mesmo que ir à capital alemã na simples condição de turista à procura das habituais fotos (embora, claro, esta parte também esteja invariavelmente incluída). Para quem estudou, ao longo dos últimos anos académicos, de forma bastante recorrente, a Guerra Fria e as aplicações desta, especialmente na Alemanha – país dividido literalmente em dois pelas ideologias em oposição – ir a Berlim, cidade onde se levou ao extremo esta divisão com a construção de um muro que dividiu a cidade, tem a carga simbólica de finalmente se estar in loco num sítio marcado profundamente pela História que, recorde-se, é demasiado recente.



Berlim não é uma capital como as outras e, certamente, desconstruiu-me as ideias pré-concebidas sobre os 'requisitos' de uma cidade grande e de uma capital europeia. Devido à divisão pelo muro, não existe propriamente um centro e a cidade está dispersa por vários bairros, o que acaba por lhe dar um sentido de pacatez e calma que depressa nos faz esquecer que estamos na capital de uma das maiores economias do mundo. A rapariga alemã que fui visitar diz-me que eu estava à espera de algo mais à medida de Frankfurt. Terei de ir confirmar!.


Por toda a cidade existem memórias bem presentes da realidade extinta à, exactamente, 20 anos, seja por partes inteiras do muro que se podem encontrar por toda a cidade, seja por marcas no chão que nos fazem questionar como é possível ter existido naquele local (e são muitos os locais) uma barreira física.


Não entro a fundo nas questões políticas para as quais tenho convicções bastante fortes (não é a Alemanha, e Berlim em particular, o exemplo mais perfeito de que sistemas comunistas não funcionam?) pois bastantes vozes se levantariam para criticar o que penso e o que pretendo aqui não é um debate político mas sim a análise da cidade em si. Ainda neste seguimento, é algo peculiar ver as diferenças arquitectónicas entre leste e oeste (os arquitectos soviéticos eram desprovidos de qualquer sentido de imaginação) e o facto de existirem zonas completamente cheias de... absolutamente nada no meio da cidade pois encontravam-se junto ao muro.

Por último, tenho de agradecer à minha guia, Lisa, ex-Erasmus alemã que conheci em Madrid, pois no mais perfeito sentido organizativo alemão, tinha os meus dias totalmente planeados de manhã à noite. Além dos percursos turísticos, estava incluído a participação numa greve universitária contra o estado do ensino (confesso que é uma sensação bastante estranha estar no meio de um comício na Alemanha, com um alemão a gritar palavras de ordem de maneira efusiva e as massas alemãs que o ouvem a ecoar essas palavras…), a ocupação de um aeroporto (sim, eu estive a *ocupar um aeroporto* com centenas de polícias a controlar as massas estudantis, actividade onde pensava, muy a menudo, nos problemas de deportação e no exame que ainda tinha em Espanha, caso fosse presa). Para terminar o pacote de experiências berlinenses, e já num tom menos revolucionário, assisti a um concerto de bandas alemãs na sua universidade e ainda tive direito a uma ida ao teatro, ver um musical, no último dia.

Como agradecimento, estão já prometidos quilos de bacalhau e dúzias de pastéis de nata, este Outono, em Portugal.

Sunday, June 21, 2009

Semana Diplomática

Vamos lá pôr um bocadinho de ordem aqui na casa. Não escrevo há já algum tempo mas estas lides académicas apelidadas de “época de exames”, que eu vejo mais como “época que nos suga a alma e rouba anos de juventude”, não me tem deixado muito espaço para actualizar o blog. Contudo, isso não significa que a vidinha social erásmica tenha estado parada ou dedicada em exclusivo a esses sugadores de alma que são os exames. Comecemos então pela semana do 10 de Junho, dia de Portugal e das suas Excelentíssimas Comunidades (do Minho a Timor, I guess).

8 de Junho de 2009

A respeitadíssima Embaixada de Portugal em Madrid organizou um evento na Casa da América em Madrid dedicado ao tema dos laços ibéricos, com direito a colóquio, Vinho do Porto, Pastéis de Nata e a encerrar um concerto de música tradicional portuguesa (tradicional, não pimba). É claro que a atenção recaiu sobretudo nos Pastéis de Nata, confeccionados estes pelas presidiárias do Estabelecimento Prisional do Linhó que, diga-se, estavam bem bons. Para quem tenha curiosidade de saber ao certo em que consistiu o dito evento é favor consular o blog http://portugalpontoes.blogspot.com.


10 de Junho de 2009

O highlight da semana teve lugar no dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas, com Recepção (isto significa que não há jantar mas sim aperitivos) oferecido pelo Senhor Embaixador a nata do creme da sociedade portuguesa e espanhola em Madrid. Ele eram Embaixadores, Duques, Condessas e demais derivados, a saborear o seu pastel de bacalhau ou bolinho de caviar, pois é exactamente assim que o dia das Comunidades Portuguesas deve ser festejado – com uma festa privada para a alta sociedade paga pelos contribuintes portugueses. ...E mais não digo. Mas em conclusão, o que interessa é ser convidado (e eu fui! ah!), aproveitar o serão diplomático e deixar o suor dos meus pais (e dos vossos) pagar a conta!


Em ambas as fotos estão colegas que conheci durante o estágio no Consulado, os quais nunca vou esquecer. Muito obrigado pelo carinho, apoio e amizade. *

Wednesday, June 3, 2009

Heart Shaped Year

Dado que os exames já começaram e que os mesmos se vão estender até ao dia 26 de Junho, o meu último mês em Madrid não vai ser tão agradável e desfrutável quanto eu gostaria. Contudo, como estudar está longe de ser a paixão da minha vida e pretendo aproveitar ao máximo (máximo possível, vá) os últimos momentos deste meu inesperado romance intenso e sórdido com Madrid, não vou certamente deixar Junho passar despercebido por detrás de uma pilha de livros universitários.

Assim, já tenho na agenda um convite do Excelentíssimo Sr. Embaixador de Portugal em Espanha para a festa que o mesmo irá oferecer em honra do 10 de Junho, uma sessão de música portuguesa com pasteis de nata confeccionados no Estabelecimento Prisional de Linhó e o melhor de tudo, uma fuga de poucos dias até Berlim antes do último exame para não deixar que o estudo me roube toda a sanidade mental antes de regressar à pátria-mãe. E nem quero pensar na palavra countdown para não me dar já um esgotamento nervoso.

Sumariado o meu mês de Junho, aqui ficam alguns resultados bem catitas da sessão fotográfica levada a cabo a semana passada quando uma amiga e a sua máquina ridiculamente cara (descansa Graziela, eu não digo a ninguém que a tua “Maria” custou 1500€) me vieram visitar a Madrid.


Fierce!!!