Acto I. El Tigre. Tapas e cerveja (ok, para alguns coca-cola) com duas italianas e uma espanhola. Este bar, situado na Chueca, tornou-se o ponto de encontro dos Erasmus aqui em Madrid. Está sempre completamente lotado e tem bons motivos para isso – por cada cerveja (again, coca-cola) pedida é dado um prato de comida (bem boa!), as chamadas tapas (como podem ver na foto). Este ritual torna-se tão viciante que muita gente sai dali bêbado, de barriga cheia e carteira vazia. Mais uma vez reforço a ideia que este bar é mesmo muito bom e se vieram a Madrid não deixem de lá dar um saltinho (de várias horas)!

Acto II. Red House @ Bogui Jazz. Muda-se a equipa erásmica e passo a estar acompanhada por uma inglesa, uma francesa, uma dinamarquesa e uma italiana. Sigo para um concerto de blues, que se provou fenomenal, de uma banda chamada Red House num pequeno club de jazz perdido, também, na Chueca, o Bogui Jazz. Mal sabia eu, antes de alguma investigação, que esta é das melhores bandas de blues da Europa com vários prémios ganhos pelo mundo inteiro. Para quem gosta de todo o movimento de blues desenvolvido em Nova Orleães, Estados Unidos ou mesmo de Elvis Presley, e os artistas da Sun Records em inicio de carreira, estes concertos são algo a não perder. O vocalista era californiano e a vibe transmitida ao público por toda a banda… God bless the Blues!


Acto III. Camões. O momento WTF na noite, ou dito de uma maneira mais literária… nada melhor que terminar a noite com um surrealismo poético. Ainda sem sair da Chueca, caminhando pelas ruas, cruzamo-nos com dois chicos argentinos já, ligeiramente, alcoolizados. Qual não é a minha surpresa quando, ao descobrir que sou portuguesa, um deles recita um poema de Luís de Camões. Não fosse isto estranho o suficiente e eis que cambia para Fernando Pessoa e começa, não só a descrever-me os heterónimos, como conhecia poemas como Tabacaria. Eu sou grande fã de Fernando Pessoa e conheço poemas de Camões mas, digam-me lá quantos de vocês, portugueses originais, têm o mesmo conhecimento dos maiores poetas portugueses como tinha este argentino bêbado às duas da manhã que conheci totalmente por acaso?

2 comments:
É preciso sair de Portugal para encontrar um pouco de poesia portuguesa, algures perdida entre o álcool e o tango... Que mais se pode desejar? :P
Ah, e quero ir provar as tapas do Tigre... :)
LOL acreditas que umas horitas depois estava eu no mesmo bar, que após as duas se transforma no Independance, numa festa de The Strokes vs The Killers. Madrid...tão grande e tão pequeno ao mesmo tempo ;)
Post a Comment