Tuesday, October 7, 2008

Atocha

Hoje apresento-vos a Estação de Comboios de Atocha.


Esta estação faz Santa Apolónia parecer o terminal dos autocarros de uma qualquer aldeia alentejana. Além da sua magnitude, impressiona o turista incauto pela estufa tropical que alberga no seu interior. Foi daqui que partiu o comboio que me levou a Toledo, e bem, é daqui que partem a quase totalidade de todos os comboios com destino ao resto de Espanha e à Europa.

Invade-nos, igualmente, uma sensação estranha por estar no local onde há apenas quatro anos morreram 190 pessoas num atentado bombista. Temos sempre este tipo de tragédias como algo distante que aconteceu noutro canto do mundo e que chega até nós através do conforto da nossa televisão. Diga-se que vestígios da tragédia limitam-se apenas a um Memorial em forma de placa com dedicatória, posicionada numas das entradas da estação.


Não deixa, também, de ser um pouco, digamos, peculiar, que num país vítima de um atentado de cariz internacional e que lida diariamente, há décadas, com a ameaça da ETA, exista tão pouca segurança. O controlo de passageiros em Atocha é ridículo… todas as mochilas têm que passar nos scanners (acredito que queiram comprovar se levavamos um bocadillo de jámon ou de calamares) mas nenhuma pessoa é revistada ou sequer passa num detector de metais. Eu posso muito bem pôr uma bomba no bolso enquanto espero na fila para verem o interior da minha mochila.


Os americanos deviam resfriar um pouco a sua paranóia relativa à segurança observando os métodos bem mais descontraídos dos países latinos. Ou será ao contrário?

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